sexta-feira, 9 de julho de 2010


A I Semana de Humanidades é um evento promovido pelo Núcleo de Ciências Humanas (NCH) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e ocorrerá de 30 de agosto a 3 de setembro de 2010 em Porto Velho.

O objetivo é congregar e divulgar o trabalho de pesquisadores (professores, técnicos administrativos e estudantes) do NCH da UNIR e da comunidade acadêmico-científica em geral. Pretende-se reunir trabalhos de ensino, pesquisa e extensão, das áreas de Ciências Sociais, História, Filosofia, Educação, Letras, Artes e áreas afins. São priorizadas as atividades desenvolvidas sob a ótica da interdisciplinaridade.

Mais informações pelo telefone (69) 2182-2144 ou pelo e-mail: humanidades.unir@gmail.com

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ensino da letra cursiva para crianças em alfabetização divide a opinião de educadores

 Deve-se ou não exigir que as crianças escrevam com letra cursiva? A questão, que divide educadores e semeia insegurança entre pais, está --ao lado da pergunta sobre o ensino da tabuada-- entre as mais ouvidas pela consultora em educação e pesquisadora em neurociência Elvira Souza Lima. A resposta, porém, não é trivial.
Quem tem letra feia pode ter de trocar a de mão pela de forma
Quatro ou cinco décadas atrás, a dúvida seria inconcebível. Escrever à mão era só em cursiva e, para garantir que a letra fosse legível, os alunos eram obrigados desde cedo a passar horas e horas debruçados sobre os cadernos de caligrafia.
A profesora Silvana D'Ambrosio, do colégio Sion, na cidade de São Paulo, ajuda o aluno Mateus Yoona fazer letra cursiva
Veio, contudo, a pedagogia moderna, em grande parte inspirada no construtivismo de Piaget, e as coisas começaram a mudar. O que importava era que o aluno descobrisse por si próprio os caminhos para a alfabetização e a escrita proficiente. Primeiro os professores deixaram de cobrar aquele desenho perfeito. Alguns até toleravam que o aluno levantasse o lápis no meio do traçado. Depois os cadernos de caligrafia foram caindo em desuso até quase desaparecer.
O segundo golpe contra a cursiva veio na forma de tecnologia. A disseminação dos computadores contribuiu para que a letra de imprensa, já preponderante, avançasse ainda mais. Manuscrever foi-se tornando um ato cada vez mais raro.
No que parece ser o mais perto de um consenso a que é possível chegar, hoje a maior parte das escolas do Brasil inicia o processo de alfabetização usando apenas a letra de forma, também chamada de bastão.
Tal preferência, como explica Magda Soares, professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG, tem razões de desenvolvimento cognitivo, linguístico: "No momento em que a criança está descobrindo as letras e suas correspondências com fonemas, é importante que cada letra mantenha sua individualidade, o que não acontece com a escrita "emendada' que é a cursiva; daí o uso exclusivo da letra de imprensa, cujos traços são mais fáceis para a criança grafar, na fase em que ainda está desenvolvendo suas habilidades motoras".
O que os críticos da cursiva se perguntam é: se essa tipologia é cada vez menos usada e exige um boa dose de esforço para ser assimilada, por que perder tempo com ela? Por que não ensinar as crianças apenas a reconhecê-la e deixar que escrevam como preferirem? Essa é a posição do linguista Carlos Alberto Faraco, da Universidade Federal do Paraná, para quem a cursiva se mantém "por pura tradição". "E você sabe que a escola é cheia de mil regras sem qualquer sentido", acrescenta.
A pedagoga Juliana Storino, que coordena um bem-sucedido programa de alfabetização em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, é ainda mais radical: "Acho que ela [a cursiva] é uma das responsáveis pelo analfabetismo em nosso país. As crianças além de decodificar o código da língua escrita (relação fonema/ grafema) têm também de desenvolver habilidades motoras específicas para "bordar' as letras. O tempo perdido tanto pelo aluno, como pelo professor com essa prática, aliada ao cansaço muscular, desmotivam o aluno a aprender a ler e muitas vezes emperram o processo".
Esse diagnóstico, entretanto, está longe de unânime. O educador João Batista Oliveira, especialista em alfabetização, diz que a prática da caligrafia é importante para tornar a escrita mais fluente, o que é essencial para o aluno escrever "em tempo real" e, assim, acompanhar a escola. E por que letra cursiva? "Jabuti não sobe em árvore: é a forma que a humanidade encontrou, ao longo do tempo, de aperfeiçoar essa arte", diz.
Magda Soares acrescenta que a demanda pela cursiva frequentemente parte das próprias crianças, que se mostram ansiosas para começar a escrever com esse tipo de letra. "Penso que isso se deve ao fato de que veem os adultos escrevendo com letra cursiva, nos usos quotidianos, e não com letras de imprensa".
Para Elvira Souza Lima, que prefere não tomar partido na controvérsia, "os processos de desenvolvimento na infância criam a possibilidade da escrita cursiva". A pesquisadora explica que crianças desenhando formas geométricas, curvas e ângulos são um sério candidato a universal humano. Recrutar essa predisposição inata para ensinar a cursiva não constitui, na maioria dos casos, um problema. Trata-se antes de uma opção pedagógica e cultural.
Souza Lima, entretanto, lança dois alertas. O tempo dedicado a tarefas complementares como a cópia de textos e exercícios de caligrafia não deve exceder 15% da carga horária. No Brasil, frequentemente, elas ocupam bem mais do que isso.
Ainda mais importante, não se deve antecipar o processo de ensino da escrita. Se se exigir da criança que comece a escrever antes de ela ter a maturidade cognitiva e motora necessárias (que costumam surgir em torno dos sete anos) o resultado tende a ser frustração, o que pode comprometer o sucesso escolar no futuro.
O que a ciência tem a dizer sobre isso? Embora o processo de alfabetização venha recebendo grande atenção da neurociência, estudos sobre a escrita são bem mais raros, de modo que não há evidências suficientes seja para decretar a morte da cursiva, seja para clamar por sua sobrevida.
Há neurocientistas, como o canadense Norman Doidge, que sustentam que a escrita cursiva, por exigir maior esforço de integração entre áreas simbólicas e motoras do cérebro, é mais eficiente do que a letra de forma para ajudar a criança a adquirir fluência.
Outra corrente de pesquisadores, entretanto, afirma que, se a cursiva desaparecer, as habilidades cognitivas específicas serão substituídas por novas, sem maiores traumas. 

Redundâncias


1. A frase é: “Parreira vai pôr Juninho em campo para ser o elo de ligação entre a defesa e o ataque.”
O mais adequado seria: “Parreira vai pôr Juninho em campo para ser o elo (ou fazer a ligação) entre a defesa e o ataque.”
Todo ELO é de LIGAÇÃO. Isso é uma redundância. É uma repetição semelhante a “subir para cima”, “ambos os dois”, “planejamento antecipado”, “hemorragia de sangue”, “surpresas inesperadas” e outros pleonasmos.

2. A frase é: “O filme é baseado em fatos reais.”
Ouvimos isso com muita frequência. Estou “louco” para assistir a um filme baseado em FATOS IRREAIS. Ora, todo FATO é “real”, caso contrário não é fato. “Fato concreto”, “Fato verídico”, “Fato ocorrido” e “Fato acontecido”
são “belos” exemplos de redundâncias ou pleonasmos.
Basta, portanto, usarmos a palavra FATO, ou seja, “o filme é baseado em FATOS” ou, se você preferir, “o filme é baseado numa história real”. Uma história pode ser real ou não.
É interessante lembrar que a ênfase, para alguns, justifica tantas redundâncias que ouvimos por aí: “consenso geral”, “evidência concreta”, “protagonista principal”, e outras mais.

3. A frase é: “Eu gostaria que você escrevesse a minha autobiografia.”
O certo é: “Eu gostaria que você escrevesse a minha biografia.”
Uma autobiografia é a “biografia de si mesmo”. A “minha autobiografia” só pode ser escrita por mim mesmo. Eu escrever a “minha própria autobiografia” é redundante e você escrever a “minha autobiografia” é impossível.
Muita gente considera o verbo suicidar-se uma redundância. Quanto à etimologia (=origem da palavra), o verbo suicidar-se é redundante. O argumento basicamente é o seguinte: o verbo “suicidar” vem do latim “sui” (”a si” = pronome reflexivo) + “cida” (=que mata). Isso significa que “suicidar” já é “matar a si mesmo”. Dispensaria, dessa forma, a repetição causada pelo uso do pronome reflexivo “se”. O raciocínio é o seguinte: se o formicida mata formigas, se o inseticida mata insetos e se o homicida mata homens, o suicida só pode matar a si mesmo. Por outro lado, se observarmos o uso contemporâneo do verbo “suicidar-se”, não restará dúvida: ninguém diz “ele suicida” ou “eles suicidaram”. O uso do pronome reflexivo “se” junto ao verbo está consagradíssimo. É um caminho sem volta. É um pleonasmo irreversível.
O verbo “suicidar-se” hoje é tão pronominal quanto os verbos “arrepender-se”, “esforçar-se”, “dignar-se”… Da mesma forma que “ela se esforça” e “eles se arrependeram”, “ela se suicida” e “eles se suicidaram”.

4. A frase é: “Quanto ao seu requerimento, o diretor deferiu favoravelmente.”
O melhor é: “Quanto ao seu requerimento, o diretor deferiu.”
Se o diretor deferiu, só pode ser favoravelmente. Se não fosse uma decisão favorável, o diretor teria indeferido o seu pedido. Temos aqui uma redundância, ou seja, todo deferimento só pode ser favorável. Se for uma decisão contrária, temos um indeferimento. Deferir significa “aprovar, aceitar, despachar”. É por isso que na parte final de um requerimento, encontramos frequentemente: “Nestes termos. Pede deferimento”. Se você já assinou algum requerimento sem saber o que estava pedido, agora já sabe: você está solicitando a aprovação do seu pedido, que o seu requerimento seja aceito.
E não confunda deferir com diferir. Deferir é “aprovar, aceitar” e diferir é “diferenciar, distinguir”. Se você quer diferir uma coisa da outra, significa que você quer “fazer diferença”. Assim sendo, diferir é sinônimo de diferenciar ou, se você preferir, diferençar. Diferir, diferençar e diferenciar estão devidamente registrados como sinônimos em nossos dicionários. Qual usar? Você decide.

5. A frase é: “Ele vai analisar o resultado do laudo.”
O adequado é: “Ele vai analisar o laudo.”
Todo laudo já é um resultado, portanto “resultado do laudo” é uma redundância. Deve ser evitada. Quem fala “resultado do laudo” não deve saber que o laudo já é um resultado ou confunde laudo com exame. Se falarmos em “analisar o resultado do exame”, não há redundância. Isso significa que podemos “analisar o laudo” ou “analisar o resultado do exame”.
Fato semelhante ocorreu com aquele aluno que escreveu na sua redação do concurso vestibular que adorava “surpresas inesperadas”. Ora, se não fosse inesperada, não haveria surpresa. Ele adora surpresas e ponto final. Isso me faz lembrar aquele marido “previdente” que teria escrito para a amada esposa antes de retornar de uma longa viagem: “Chegarei de surpresa na próxima sexta-feira, no voo da Varig das 10h da noite”.

6. A frase é: “O projeto não foi aprovado, porque não houve consenso geral.”
O mais adequado é: “O projeto não foi aprovado, porque não houve consenso.”
Todo consenso é geral, não há “consenso individual ou particular”. Trata-se, portanto, de uma redundância. É o mesmo que pleonasmo: “hemorragia de sangue”, “encarar de frente”, “previsão para o futuro”, “duas metades”…
Se o juiz mandar “repetir de novo” a cobrança do pênalti, pode ser uma redundância ou não. Se for pela segunda vez, basta repetir. É possível “repetir de novo”, desde que seja pela terceira ou quarta vez.

7. A frase é: “Você precisa autocontrolar-se.”
O certo é: “Você precisa controlar-se.”
O verbo “autocontrolar-se” não existe. Os nossos dicionários registram o substantivo autocontrole (=controle de si mesmo) e o verbo controlar. Portanto, se você precisa controlar a si mesmo, basta controlar-se. “Autocontrolar-se” seria uma forma redundante.
Em nossos dicionários não encontramos o verbo “autocontrolar-se”, porém há registro de “autocriticar-se”, “autodefender-se”, “autodenominar-se”, “autodestruir-se”, “autodisciplinar-se”, “autoenganar-se”, “autogovernar-se”…

Fonte
Foto 

ELETRONORTE - Usina de Samuel e Br 364 devem sofrer bloqueio no próximo dia 30 de Julho


A obra abandonada de uma ponte sobre o rio Jamari em Itapuã do Oeste e a omissão da Eletronorte S.A. para resolver o problema pode provocar o fechamento da Br 364 na altura do município no próximo dia 30 de julho. É o que garante os lideres comunitários, que também não descartam uma ação mais ousada, com a interdição dos portões da Usina de Samuel, na altura do Km 45, no município de Candeias do Jamari.

As ações seriam uma forma de protesto contra a “lerdeza” e descaso da empresa em compensar a comunidade pelos danos causados pelo lago da Usina. Construída através de convênio com a Eletronorte como forma de compensação social à comunidade atingida pelo lago da Usina de Samuel, o esqueleto de concreto está há seis anos aguardando conclusão. Com as cabeceiras corroídas, parte de sua estrutura já no fundo do lago de Samuel, a obra da ponte é um símbolo do descaso de como é tratado o povo nas questões das compensações sociais e ambientais para as comunidades atingidas.

Apesar do caso e a ameaça da população, a Eletronorte até agora não se pronunciou oficialmente sobre o caso, não emitindo qualquer comunicado, muito menos dando um prazo para a solução do problema que já se arrasta há cerca de 10 anos.

Fontes ligadas ao grupo de geração de energia disseram que pelo fato do problema estar sendo resolvido na esfera judicial, nada pode ser feito até pelo menos até o mês de setembro.