quarta-feira, 30 de junho de 2010

Carro que vira avião em 30 segundos é aprovado nos EUA

Monomotor custará o equivalente a R$ 360 mil e começará a ser entregue em 2011, segundo empresa.
BBC 
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos aprovou a produção de uma aeronave também preparada para andar como um carro nas ruas.
O veículo recebeu aprovação para ser produzido como uma aeronave esportiva leve, apesar de pesar cerca de 50 quilos a mais do que o permitido na categoria.
Nesse tipo de categoria, é preciso apenas 20 horas de voo para se obter uma licença.
Mas a Terrafugia, a empresa que criou o protótipo do Transition, disse que era impossível colocar todos os equipamentos de segurança exigidos para um carro desse tamanho respeitando o limite de peso e acabou conseguindo que a autoridade reguladora da aviação no país abrisse uma exceção e aprovasse o monomotor.
Transition tem autonomia de voo de mais de 700 km (Foto: Terrafugia/BBC)Segurança
O Transition tem autonomia de voo de mais de 700 km, capacidade para duas pessoas, velocidade máxima de 185 km/h no ar e pode ser transformado de carro em avião em apenas 30 segundos pelo piloto, segundo a Terrafugia.
Movido a gasolina comum, o protótipo tem tração nas rodas dianteiras para circular nas ruas e um propulsor para o voo.
Quando está em sua configuração como carro, com as asas dobradas, tem um tamanho que permite que seja guardado em uma garagem comum.
Segunddo a Terrafugia, uma das principais vantagens do carro sobre aeronaves leves existentes é a segurança, já que o Transition pode ser dirigido na estrada no caso de mau tempo, em vez de ser impedido de voar ou de decolar em condições perigosas.
O carro voador custará em torno de US$ 200 mil (cerca de R$ 360 mil), e a empresa diz que já recebeu 70 encomendas, com os interessados pagando um depósito de US$ 10 mil (cerca de R$ 18 mil).
O veículo deverá começar a ser entregue no fim de 2011, segundo a Terrafugia.
Para os responsáveis pelo projeto, ele terá o potencial para "mudar o mundo da mobilidade pessoal". "Os deslocamentos agora se tornam uma experiência integrada terra-ar sem dores de cabeça. É o que os entusiastas da aviação vêm buscando desde 1918", disse Carl Dietrich, presidente Terrafugia.
acesso em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/06/carro-que-vira-aviao-em-30-segundos-e-aprovado-nos-eua.html

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dicas de português

JUSTAMENTE ou PRECISAMENTE?
A frase é: “A bomba caiu justamente no Hospital da Cruz Vermelha.”
É mais adequado: “A bomba caiu precisamente no Hospital da Cruz Vermelha.”
Não é uma questão de certo ou errado. O advérbio justamente pode significar “precisamente, exatamente”, mas pode provocar mal-entendidos, pois pode significar também “com justiça”. É claro que não era a intenção de quem escreveu a frase. É óbvio que ele não queria dizer que foi justo a bomba cair no hospital, que a queda da bomba tenha feito justiça. Em razão disso, em situações como essa, o melhor é evitar o advérbio justamente e usar precisamente ou exatamente.
Frases ambíguas são sempre perigosas. Imagine o seguinte comentário a seu respeito: “Você foi justamente substituído pelo seu maior inimigo”. Observe que a frase admite duas interpretações: que você foi substituído precisamente pelo seu maior inimigo ou que você foi substituído com justiça pelo seu maior inimigo. Não sei o que é pior.
TERMINAR ou ACABAR?
A frase é: “O diretor terminou de chegar para a reunião das 10h.”
É melhor: “O diretor acabou de chegar para a reunião das 10h.”
Devemos evitar o uso do verbo terminar mais infinitivo. Em vez de “terminou de chegar”, é melhor “acabou de chegar”; em vez de “terminou de escrever um livro”, é preferível “acabou de escrever um livro”.
O verbo acabar também merece uma observação. Devemos evitar o uso do verbo acabar com os verbos começar, iniciar, terminar ou com o próprio verbo acabar. Observe que construções estranhas: “O jogo acabou de começar”; “O filme acabou de terminar”. Pior ainda é a aula que “acabou de acabar”.
CUSTAS ou CUSTO?
A frase é: “Recebeu uma ajuda de custas.”
O certo é: “Recebeu ajuda de custo.”
Toda ajuda é de custo. Você pode receber uma ajuda para pagar as custas de um processo, mas não existe “ajuda de custas”.
Qual é forma correta? “Ele vive às custas do pai ou Ele vive à custa do pai”? Embora seja usual e alguns autores já aceitem, a locução prepositiva “às custas de” deve ser evitada. É preferível seguir a tradição: “Ele vive à custa do pai”.
CERCA DE ou ???
A frase é: “Respondeu a cerca de 43 perguntas.”
O adequado é: “Respondeu a 43 perguntas.”
Não devemos usar “cerca de” para números exatos ou quebrados. Foram “precisamente ou exatamente 43 perguntas”. Só podemos usar “cerca de, por volta de, em torno de, aproximadamente” com números redondos: “Respondeu a cerca de cem perguntas”; “Eram em torno de 500 candidatos”; “Estavam presentes aproximadamente dez mil manifestantes”.
Devemos tomar muito cuidado com os números. Comparações exageradas podem prejudicar a clareza da frase: “Com o dinheiro do prêmio daria para comprar 350 escritórios na Avenida Paulista”. Confesso que imagino ser muito dinheiro, mas não tenho ideia da quantia. Você saberia me dizer se um apartamento onde coubessem dez milhões de caixinhas de fósforo é grande ou pequeno. Nem eu.
CHANCE ou RISCO?
A frase é: “A chance de ele ser condenado é enorme.”
O adequado é: “O risco de ele ser condenado é enorme.”
Não devemos usar “chance” para coisas negativas. Chance e oportunidade são palavras de carga positiva: “Ele tem a chance de ser absolvido”; “Finalmente, eles têm a oportunidade de serem os campeões”. Para coisas negativas, a palavra “risco” é mais apropriada.
Outra palavra de carga negativa é o verbo “tachar”. Você já viu alguém ser “tachado” de herói, de craque ou de inteligente? É óbvio que não. Quando alguém é tachado, pode esperar coisa ruim: “tachado de corrupto, de burro, de perna de pau, de ladrão…”
ACABA COM ou ACABA EM?
A frase é: “Sequestro acaba com dois mortos e três feridos.”
Melhor seria: “Sequestro acaba em dois mortos e três feridos.”
“Acabar com dois mortos e três feridos” é confuso e paradoxal. Que significa “acabar com dois mortos”? E “acabar com três feridos” significa execução e morte? O fato é que, quando o sequestro acabou, havia dois mortos e três feridos. A confusão se deve a dois “culpados”: o “ambíguo” verbo acabar e a preposição “com” indevidamente usada em lugar de “em”.
Cuidado com o excessivo uso do verbo tirar. Hoje em dia, tiramos título de eleitor, tiramos pressão, tiramos impressões digitais… Se continuar assim, em breve não teremos mais nada!!! Ora, na verdade, nós só tiramos o título de eleitor da gaveta quando vamos votar. Quando alguém não tem o título de eleitor, em vez de tirar, é melhor solicitar sua confecção no órgão competente. Quanto à pressão, é melhor medi-la. Se “tirar a pressão”, você corre o risco de morrer. E, por fim, tirar as impressões digitais certamente causará muita dor!
COMPROMISSADO ou COMPROMETIDO?
A frase é: “O nosso prefeito sempre esteve compromissado com a verdade.”
O correto é: “O nosso prefeito sempre esteve comprometido com a verdade.”
Ultimamente, os nossos políticos só andam “compromissados” com a verdade, porque comprometidos, que é bom, nem pensar… E muito menos com a língua portuguesa. Ora, o particípio deriva do infinitivo. O particípio é comprometido porque deriva do verbo comprometer, e não do substantivo compromisso. É comprometido, da mesma forma que remeter é remetido, e não “remessido”; prometer é prometido, e não “promessido”; cometer é cometido, e não “comessido”.
Pior ainda foi aquele político que disse ter nascido na Bahia e ter sido concebido na Santa Casa. Nascer num hospital é fato normal, mas ser concebido?! É, no mínimo, um estranho lugar para alguém ser concebido. Em todo caso, hoje em dia tudo é possível. São tantas as fantasias…

AMORTIZAR ou AMORTECER? e MINIMIZAR ou DIMINUIR?
A frase é: “A água amortizou sua queda.”
O correto é: “A água amorteceu sua queda.”
Amortizar e amortecer são derivados de morte (=levar à morte). Significam “diminuir, amenizar”. Há, entretanto, uma sutil diferença: amortizar só é utilizado para se referir a dívidas ou bens materiais. Se você pagou à Caixa Econômica mais uma prestação referente ao financiamento feito para adquirir a casa própria, você amortizou sua dívida (=diminuiu a dívida). Quando você cai, sua queda pode ser amortecida pela grama ou pela água (=amenizada/suavizada pela grama ou pela água).
Mais do que diminuir é minimizar, que é um neologismo já devidamente registrado no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado pela Academia Brasileira de Letras, e nos novos dicionários Aurélio, Houaiss, Caldas Aulete, Michaelis… Certa vez, um aluno definiu minimizar como “diminuir ao máximo”. Ele tinha alguma razão. Apenas misturou duas possibilidades: “reduzir ao mínimo” com “diminuir o máximo possível”. Outro aspecto a ser observado é o uso do verbo minimizar com um sentido “suspeito”. Há quem diga: “É preciso minimizar o fato”. Nesse caso, minimizar é usado com o sentido de “atenuar, suavizar”. Ou pior: “fazer o fato parecer menor”

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uso exagerado da tecnologia torna a mente preguiçosa

Aparelhos facilitam o dia a dia, mas têm lado negativo.
Corpo e mente também precisam evoluir.

Ana Cássia Maturano Especial para o G1, em São Paulo
Ilustra psicóloga
Acompanhando as notícias da Copa da África do Sul pelo rádio, ouço o correspondente comentar com o apresentador do programa que, por usar o GPS (Sistema de Posicionamento Global) para encontrar os caminhos em Joanesburgo, estava ficando preguiçoso. Isso porque, ao ser questionado sobre o local em que estava na cidade, não soube responder.
Provavelmente, sem esse aparelho, que orienta a direção a ser tomada, o repórter teria que usar mapas (lendo-os e transformando-os em caminhos), pedir informações a outras pessoas (que geralmente indicam pontos estratégicos) e contar com sua observação e memória. Isso, tendo a noção de sua localização. Quanta atividade mental!
O GPS indica o caminho para se chegar a determinado lugar, facilitando a vida de muitos, principalmente de viajantes e profissionais cuja atividade envolve a locomoção por vários locais, como os motoristas de táxi.
Apesar da importância desse e de outros aparelhos, que facilitam a resolução de pequenos problemas do dia a dia, eles também trazem aspectos negativos para as pessoas, como mostra o caso do repórter que sentiu que estava preguiçoso.
É também o caso do sedentarismo. Já ouvimos muito do quanto o homem se exercitava mais sem a utilização do controle remoto, por exemplo. Ou quando, antes da maioria ter carro, andava-se muito mais.
Estamos sempre procurando facilitar a nossa vida, mas ganha-se de um lado e perde-se do outro. Se as coisas se tornam mais fáceis e rápidas, isso nem sempre traz vantagens. Do mesmo modo que temos prejuízos físicos, também temos mentais: a mente, assim como o corpo, também precisa ser exercitada.
Uma das sugestões para se prevenir o Mal de Alzheimer, tipo de demência neurodegenerativa, é estimular o cérebro através de atividades como palavras cruzadas, jogos de cartas, leituras e outros. Não precisamos ir tão longe. O uso da tecnologia para facilitar o trabalho da mente a torna preguiçosa, pouco hábil e sem destreza.
Adolescentes
Às vezes, encontramos adolescentes que raramente usam o dicionário, nem sempre sabendo como fazê-lo. Quando necessitam saber o significado de uma palavra, tiram a informação da internet, que a traz pronta. Não é difícil imaginar que o uso do dicionário impresso exige da pessoa muito mais em termos mentais que o on-line. Além de necessitar usar de ordenação, tendo que puxar pela memória a sequência alfabética, depara-se com outras palavras que ainda não conhecia.
Ou então, para fazer uma pesquisa escolar, recorre ao Google: lança-lhe uma pergunta cuja resposta vem de inúmeros sites, bastando imprimir a melhor. A biblioteca deixou de ser um lugar para se buscar informações. Antes da internet, os alunos a frequentavam, exigindo deles uma busca ativa em enciclopédias, dicionários e outras publicações. Além de usarem de análise e síntese para escrever o resultado de suas buscas.
E a dificuldade com cálculos simples de matemática? Para que saber a tabuada se a calculadora dá isso pronto? Pensando assim, não tem muito sentido. Mas ao nos darmos conta de que desenvolver o raciocínio matemático propicia o pensamento lógico, a coisa muda de figura.
Longe de achar que a tecnologia é algo ruim. Pelo contrário. Com ela pode-se ter informações sem as quais seria muito difícil avançar no conhecimento do mundo e facilitar o dia a dia (por que não?).
Mas sem exageros. Temos que lembrar que não só a tecnologia tem que ser cuidada e evoluir. Nós também. E isso só conseguiremos se estivermos funcionando a pleno vapor – mente e corpo.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)

Fonte 




Moradores vivem cenário de guerra e destruição em cidade alagoana

23/06/2010 13h38 - Atualizado em 23/06/2010 14h06



Em Branquinha, nenhum prédio público ficou em pé após enchente.
Cidade terá de ser reerguida às margens de rodovia BR-101.

Os moradores de Branquinha (AL) estão vivendo em um cenário de destruição depois da enchente que atingiu o estado desde sexta-feira (18). Nenhum prédio público ficou em pé na região central do município, não há um documento oficial inteiro, segundo a prefeita Ana Renata Freitas Lopes. Segundo ela, a cidade terá de ser reerguida em um novo local, saindo das margens do Rio Mundaú para ladear a rodovia BR-101, que fica em uma topografia mais alta e plana.
Muitas pessoas tentam voltar para o que sobrou de suas casas e recuperar roupas, móveis, pequenos objetos, mas enfrentam a dificuldade da chuva, que ainda atinge a cidade e mantém o leito do Rio Mundaú alto e com uma correnteza forte. Além disso, os moradores precisam superar o intenso odor de "carniça", como eles mesmos descrevem.
"Esperamos que as pessoas que estão desaparecidas sejam encontradas o mais rápido possível, mas ainda é possível acreditar que mais pessoas possam estar mortas na cidade. Por isso é importante a vinda de cães farejadores para eximirmos essa dúvida. De qualquer forma, estamos fazendo o recadastramento dos moradores. Primeiro, para sabermos quem efetivamente está desaparecido. Segundo, porque não restou um documento sequer nessa destruição", disse a prefeita.
Renata disse não acreditar que o município se transforme em um local fantasma. "As pessoas que estão indo embora e dizem que não voltam mais estão abaladas, chocadas com a destruição e a perda dos bens, da casa, de tudo que tinham. Se saírem daqui, elas vão acabar voltando", afirmou a prefeita.
Ela disse ao G1 que pretende conversar com representantes do governo Federal para tentar rever os deslocamento da cidade para outro terreno. "Teremos de construir novas casas e precisaremos de apoio federal. Se der certo, gostaria de conversar com o presidente Lula, nesta quinta-feira (24), quando ele estiver na região. Teremos de criar um novo plano diretor, rever a questão dos assentamentos de terra e das propriedades rurais dos usineiros. Branquinha é uma cidade cercada de assentamentos legais e de plantações de cana-de-açúcar."
Renata disse que essa será uma batalha que poderá durar meses até fazer com que a cidade volte à rotina de antes da enchente. "Sei que a questão da propriedade de terra será um entrave delicado, mas será preciso. Quem tem muita terra terá de doar para o muncípio, precisaremos de espaço para a cidade voltar ao normal."
A administradora municipal disse ainda que a região destruída não será habitada novamente. "Pretendo fazer com que a área que fica às margens do rio sirva de ponto de lazer apenas. Não podemos correr o risco de uma nova enchente abalar toda a comunidade como aconteceu agora", disse Renata. Ela lembrou ainda que a última enchente que atingiu a cidade ocorreu em 2000, mas os prejuízos foram bem menores do que os provocados por esta inundação.
Hospital de campanha
Homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros de Alagoas começaram a montar a estrutura para abrigar o hospital de campanha em Branquinha. Uma equipe de médicos do Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (Grau), de São Paulo, está na região para ajudar no processo

terça-feira, 22 de junho de 2010


(01) Estamos em Belém Novo, município de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, mais precisamente na latitude trinta graus, doze minutos e trinta segundos Sul e longitude cinquenta e um graus, onze minutos e vinte e três segundos Oeste.

(02) Caminhamos neste momento numa plantação de tomates e podemos ver à frente, em pé, um ser humano, no caso, um japonês.

(03) Os japoneses se distinguem dos demais seres humanos pelo formato dos olhos, por seus cabelos pretos e por seus nomes característicos.

(04) O japonês em questão chama‑se / Suzuki.

(05) Os seres humanos são animais mamíferos, bípedes, que se distinguem dos outros mamíferos, como a baleia, ou bípedes, como a galinha, principalmente por duas características: o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor.

(06) O telencéfalo altamente desenvolvido permite aos seres humanos armazenar informações, relacioná‑las, processá‑las e entendê‑las.

(07) O polegar opositor permite aos seres humanos o movimento de pinça dos dedos o que, por sua vez, permite a manipulação de precisão.

(08) O telencéfalo altamente desenvolvido, combinado com a capacidade de fazer o movimento de pinça com os dedos, deu ao ser humano a possibilidade de realizar um sem número de melhoramentos em seu planeta, entre eles, cultivar tomates.

(09) O tomate, ao contrário da baleia, da galinha e dos japoneses, é um vegetal.

(10) Fruto do tomateiro, o tomate passou a ser cultivado pelas suas qualidades alimentícias a partir de mil e oitocentos.

(11) O planeta Terra  produz cerca de sessenta e um milhões de toneladas de tomates por ano.

(12) O senhor Suzuki, apesar de trabalhar cerca de doze horas por dia, é responsável por uma parte muito pequena desta produção.

(13) A utilidade principal do tomate é a alimentação dos seres humanos.

(14) O senhor Suzuki é um japonês e, portanto, um ser humano. No entanto, o senhor Suzuki não planta os tomates com a intenção de comê‑los. Quase todos os tomates produzidos pelo senhor Suzuki são entregues a um supermercado em troca de dinheiro.

(15) O dinheiro foi criado provavelmente por iniciativa de Giges, rei da Lídia, grande reino da Asia Menor, no século sete Antes de Cristo.

(16) Cristo era um judeu.

(17) Os judeus possuem o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. São, portanto, seres humanos.

(18) Até a criação do dinheiro, a economia se baseava na troca direta.

(19) A dificuldade de se avaliar a quantidade de tomates equivalentes a uma galinha e os problemas de uma troca direta de galinhas por baleias foram os motivadores principais da criação do dinheiro.

(20) A partir do século três Antes de Cristo, qualquer ação ou objeto produzido pelos seres humanos, fruto da conjugação de esforços do telencéfalo altamente desenvolvido com o polegar opositor, assim como todas as coisas vivas ou não vivas sobre e sob a terra, tomates, galinhas e baleias, podem ser trocadas por dinheiro.

(21) Para facilitar a troca de tomates por dinheiro, os seres humanos criaram os supermercados.

(22) Dona Anete é um bípede, mamífero, católico, apostólico, romano. Possui o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. é, portanto, um ser humano.

(23) Ela veio a este supermercado para, entre outras coisas, trocar seu dinheiro por tomates.

(24) Dona Anete obteve seu dinheiro em troca do trabalho que realiza.

(25) Ela utiliza seu telencéfalo altamente desenvolvido e seu polegar opositor para trocar perfumes por dinheiro.

(26) Perfumes são líquidos normalmente extraídos das flores que dão aos seres humanos um cheiro mais agradável que o natural.

(27) Dona Anete não extrai o perfume das flores. Ela troca, com uma fábrica, uma quantidade determinada de dinheiro por perfumes.

(28) Feito isso, dona Anete caminha de casa em casa trocando os perfumes por uma quantidade um pouco maior de dinheiro.

(29) A diferença entre estas duas quantidades chama‑se lucro.

(30) O lucro, que já foi proibido aos católicos, hoje é LIVRE / para todos os seres humanos.

(31) O lucro de Dona Anete é pequeno se comparado ao lucro da fábrica, mas é o suficiente para ser trocado por um quilo de tomate e dois quilos de carne, no caso, de porco.

(32) O porco é um mamífero, como os seres humanos e as baleias, porém quadrúpede.

(33) Serve de alimento aos japoneses, aos católicos e aos demais seres humanos, com exceção dos judeus.

(34) Os alimentos que Dona Anete trocou pelo dinheiro que trocou por perfumes extraídos das flores serão totalmente consumidos por sua família num período de um dia.

(35) Um dia é o intervalo de tempo que o planeta terra leva para girar completamente sobre o seu próprio eixo.

(36) Meio dia / é a hora do almoço.

(37) A família é a comunidade formada por um homem e uma mulher, unidos por laço matrimonial, e pelos filhos nascidos deste casamento.

(38) Alguns tomates que o senhor Suzuki trocou por dinheiro com o supermercado e que foram novamente trocados pelo dinheiro que dona Anete obteve como lucro na troca dos perfumes extraídos das flores foram transformados em molho para a carne de porco.

(39) Um destes tomates, que segundo o julgamento de dona Anete, não tinha condições de virar molho, foi colocado no lixo.

(40) Lixo é tudo aquilo que é produzido pelos seres humanos, numa conjugação de esforços do telencéfalo altamente  desenvolvido com o polegar opositor, e que, segundo o julgamento de um determinado ser humano, não tem condições de virar molho.

(41) Uma cidade como Porto Alegre, habitada por mais de um milhão de seres humanos, produz cerca de quinhentas toneladas de lixo por dia.

(42) O lixo atrai todos os tipos de germes e bactérias que, por sua vez, causam doenças. As doenças prejudicam seriamente o bom funcionamento dos seres humanos.

(43) Mesmo quando não provoca doenças, o aspecto e o aroma do lixo são extremamente desagradáveis.

(44) Por isso, o lixo é levado para determinados lugares, bem longe, onde possa, livremente, sujar, cheirar mal e atrair doenças.

(45) Em Porto Alegre, um dos lugares escolhidos para que o lixo cheire mal e atraia doenças chama‑se Ilha das Flores.

(46) Ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados. A água é uma substância inodora, insípida e incolor formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio.

(47) Flores são os órgãos de reprodução das plantas, geralmente odoríferas e de cores vivas.

(48) De flores odoríferas são extraídos perfumes, como os que do Anete trocou pelo dinheiro que trocou por tomates.

(49) Há poucas flores na Ilha das Flores. Há, no entanto, muito lixo e, no meio dele, o tomate que dona Anete julgou inadequado para o molho da carne de porco.

(50) Há também muitos porcos na ilha.

(51) O tomate que dona Anete julgou inadequado para o porco que iria servir de alimento para sua família pode vir a ser um excelente alimento para o porco e sua família, no julgamento do porco.

(52) Cabe lembrar que dona Anete tem o telencéfalo altamente desenvolvido enquanto o porco não tem nem mesmo um polegar, que dirá opositor.

(53) O porco tem, no entanto, um dono. O dono do porco é um ser humano, com telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor e dinheiro.

(54) O dono do porco trocou uma pequena parte do seu dinheiro por um terreno na Ilha das Flores, tornando‑se assim, dono do terreno.

(55) Terreno é uma porção de terra que tem um dono e uma cerca.

(56) Este terreno, onde o lixo é depositado, foi cercado para que os porcos não pudessem sair e para que outros seres humanos não pudessem entrar.

(57) Os empregados do dono do porco separam no lixo os materiais de origem orgânica que julgam adequados para a alimentação do porco.

(58) De origem orgânica é tudo aquilo que um dia esteve vivo, na forma animal ou vegetal. Tomates, galinhas, porcos, flores e papel são de origem orgânica.

(59) Este papel, por exemplo, foi utilizado para elaboração de uma prova de História da Escola de Segundo Grau Nossa Senhora das Dores e aplicado à aluna Ana Luiza Nunes, um ser humano.

(60) Uma prova de História é um teste da capacidade do telencéfalo de um ser humano de recordar dados referentes ao estudo da História, por exemplo: quem foi Mem de Sá? Quais eram as capitanias hereditárias?

(61) Recordar é viver.

(62) Alguns materiais de origem orgânica, como tomates e provas de história, são dados aos porcos como alimento.

(63) Aquilo que foi considerado impróprio para a alimentação dos porcos será utilizado na alimentação de mulheres e crianças.

(64) Mulheres e crianças são seres humanos, com telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor e nenhum dinheiro.

(65) Elas não têm dono e, o que é pior, são muitas.

(66) Por serem muitas, elas são organizadas pelos empregados do dono do porco em grupos de dez e têm a permissão de passar para o lado de dentro da cerca.

(67) Do lado de dentro da cerca elas podem pegar para si todos os alimentos que os empregados do dono do porco julgaram inadequados para o porco.

(68) Os empregados do dono do porco estipularam que cada grupo de dez seres humanos tem cinco minutos para permanecer do lado de dentro da cerca recolhendo materiais de origem orgânica, como tomates e provas de história.

(69) Cinco minutos são trezentos segundos.

(70) Desde mil novecentos e cinquenta e oito, o segundo foi definido como sendo o equivalente a nove bilhões, cento e noventa e dois milhões, seiscentos e trinta e um mil,  setecentos e setenta ciclos de radiação de um átomo de césio.

(71) O césio é um material não orgânico encontrado no lixo em Goiânia.

(72) O tomate / plantado pelo senhor Suzuki, / trocado por dinheiro com o supermercado, / trocado pelo dinheiro que dona Anete trocou por perfumes extraídos das flores, / recusado para o molho do porco, / jogado no lixo / e recusado pelos porcos como alimento / está agora disponível para os seres humanos da Ilha das Flores.

(73) O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade de escolha de alimentos é o fato de não terem dinheiro nem dono.

(74) O ser humano se diferencia dos outros animais pelo telencéfalo altamente desenvolvido, pelo polegar opositor e por ser livre.

(75) Livre é o estado daquele que tem liberdade.

(76) Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.


Tres gatitos

Resulta que un día el Tío Chiflete encontró tres gatitos en un baldío. Eran muy lindos, todos grises con manchitas blancas, y muy mimosos. El Tío los levantó, se los puso en los bolsillos del saco y se los llevó a la casa.
Cuando llegó, Franca y Lara se pusieron muy contentas con los gatitos, y estuvieron toda la tarde ayudando a cuidarlos y jugando con ellos. Pero los gatitos hicieron mucho lío: la rasguñaron a Lara, se treparon a los muebles y los estantes, hicieron pis y caca por todos lados, volcaron la leche sobre la alfombra y clavaron las uñas en los sillones. Peta se enojó mucho.
Entonces decidieron regalarlos. El Tío se paró en la puerta y los ofreció a los que pasaban, pero ninguno se interesó.
- ¿Qué puedo hacer con estos lindos gatos? - le preguntó a Doña Peta.
- Podés hacer carteles y ponerlos por todo el barrio, para que todos se enteren.
- Pero es mucho trabajo hacer tantos carteles - dijo el Tío.
- No, hacé uno y después encargás 10 o 20 fotocopias.
- Muy buena idea - dijo el Tío, y se fue corriendo a hacer las copias.
Cuando llegó al negocio pensó:
- Mejor hago 50 carteles, para estar seguro de que la gente los vea.
Cuando los tuvo listos, los repartió por los negocios del barrio y los pegó en los árboles. El carnicero y el verdulero se ofrecieron a hacer más copias y ponerlas por sus barrios.
- ¡Qué lindos gatos! - dijo la señora. - Le voy a regalar uno a cada uno de mis sobrinos - Y se los llevó.
Al rato empezó a llamar y venir más gente que quería los gatos.
- Ya los regalé - decía el Tío.
- Ya vino una señora y se los llevó - repetía el Tío.
- Ya me quedé sin gatitos - decía.
- ¡Basta! ¡Me están volviendo loco con tantos llamados! - dijo por fin.
- ¿Cómo puedo hacer para que me dejen de llamar todas esas personas? - le preguntó a Doña Peta.
- Podés poner otro cartel que diga: "No tengo gatitos - Tío Chiflete".
- Muy buena idea - dijo el Tío y se fue corriendo a hacer 187 carteles y colocarlos por el barrio.
Al día siguiente dejaron de llamar personas pidiendo gatitos. Pero empezaron a llamar personas ofreciendo gatitos.
- ¿Así que no tiene gatitos, Señor Tío Chiflete? Yo le regalo dos - dijo el primero que llamó.
- ¿Quiere unos gatitos? Yo le regalo tres - dijo otro señor.
- Y yo cuatro - dijo otro.
Para la tarde, el Tío tenía doce gatitos en su casa, haciendo mucho más lío que antes, tomándose un montón de leche y rasguñando todos los muebles y toda la ropa.
- Ya sé lo que voy a hacer - dijo el Tío. - Voy a poner 435 carteles que digan "Regalo gatitos".
- ¡No! - dijo Peta - Van a venir un montón de personas para buscar gatitos, y después vas a tener que poner más carteles para que dejen de venir. Basta de carteles, si nó este asunto no se termina más. Mejor llevá los gatos a la veterinaria.
En la veterinaria se pusieron contentos de recibirlos, y el Tío Chiflete se pudo dedicar a arreglar todos los líos que habían hecho.
Foto

quinta-feira, 17 de junho de 2010

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Transa gramatical


Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida.
E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir.
E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, e a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa.
Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.
É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício.
O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente.
Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.
Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois.
Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

*Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O massacre de Corumbiara

O texto de jornal da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia apresenta o ocorrido na data de 09 de agosto de 1995, na cidade de Corumbiara, em Rondônia. Apesar de citar fatos verdadeiros e de público conhecimento, a forma como são colocados e a argumentação deixam margem a questionamentos. Tais como os pontos seguintes.

Não nos parece verdadeira a afirmativa de que o mundo inteiro sabe do massacre de camponeses em Corumbiara - RO. Tampouco parece real a afirmação de que terra é igual vida digna. Tecnicamente, é necessário muito mais que simples terra para se viver dignamente. O texto tem base subjetiva, ou seja, apelam a anseios, coletivos, mas pouco concretos para defender a injustiça do latifúndio. Outro ponto pouco aceitável é denominar “a heróica resistência de Corumbiara”. Não parece heróica uma multidão de camponeses ferida e assustada por tortura física e psicológica, pois o texto e as imagens os colocam como vítimas, subjugados: “camponeses assassinados, gravemente feridos, abalados por sequelas físicas e psicológicas, é a imagem inversa do herói”.

O texto não cita em nenhum momento a versão da parte contrária (latifúndio, polícia, Governo de Rondônia) e nem as mortes dos policiais. E como sabemos que toda história tem duas versões, o Governador de Rondônia (na época do massacre) Waldir Raupp em seus discursos culpou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA pelo massacre e atribuiu aos posseiros à responsabilidade por terem emboscado os policiais que estavam cumprindo ordens.

A LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia conta como ocorreu o massacre, mas não apresenta testemunhas (as vozes de testemunhas fortalecem o texto). Também usa argumentos como “a terra é de quem nela trabalha” que podem ser utilizados contra ela própria. Esse pode ser o argumento de fazendeiros. Trabalhar é um termo muito relativo. Por exemplo: um fazendeiro cria mil cabeças de gado soltas numa área de dois mil hectares em que emprega três peões. Este fazendeiro pode inclusive argumentar-se gerador de empregos. Portanto a citação pode ser um contra-argumento em favor do latifúndio.

Além disso, ainda que sejam de conhecimento público as remissões aos fatos e circunstância são vagas. Está clara a posição do redator em defesa dos camponeses (não que não o mereçam).

O texto ficou enfraquecido por não apresentar a ação, a reação ou mesmo o posicionamento de outros agentes: a população apoiava ou condenava a invasão? E desejava a ação da polícia da forma como ocorreu ou lhe era contrária? E que parecer emitiu a Igreja Católica (e outras) frente à possibilidade da tragédia? Teria sido relevante citar que a imprensa registrou (ou não) os fatos. Por outro lado foi omisso por não dizer do processo de desapropriação por que já passava a fazenda Santa Elina no Incra.

Ainda, ressalte-se que retomada da Fazenda Santa Elina, em 2008, pode ser a recapitulação de uma tragédia. E finalmente: não é verdade que as autoridades “até hoje nada fizeram” uma vez que outras fontes atestam que em 2007 o Ministro Paulo Vannuchi articulava com o governo de Rondônia e com os sobreviventes o pagamento de indenizações.

Portanto, cabe apontar que o texto, apesar de apontar acontecimentos verídicos, foi parcial e falho na forma de apresentá-los. Mostrou-os por uma única via e tomou posicionamento, aspecto que não deve ter um texto jornalístico de crédito. Tais aspectos diminuíram-lhe a força do impacto e do convencimento. Embora seja um jornal em prol dos camponeses, caberia uma forma mais distanciada de argumentação.

Para descontrair

Literatura.

terça-feira, 1 de junho de 2010

E ai galera estamos começando um novo espaço pra desabafar kkk